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A cupa é de quem?/Whose fault is it?
O que se sabe sobre as principais acusações contra a China na pandemia
João Fellet - @joaofelletDa BBC News Brasil en São Paulo
Impulsionado por políticos de direita - e mesmo alguns de esquerda - nos EUA, o discurso que culpa o governo da China pela eclosão da pandemia do novo coronavírus tem ganhado cada vez mais adeptos no Brasil.
Entre as críticas mais comuns, e que encontram diferentes graus de respaldo entre especialistas, estão a de que a China demorou para alertar o resto do mundo sobre a gravidade da covid-19 e a de que Pequim maquia suas estatísticas sobre a doença.
Muitas vezes, os argumentos se misturam com alegações de caráter conspiratório rejeitadas por estudiosos - como a de que o coronavírus Sars-CoV-2 foi criado em laboratório e serviria a um interesse de Pequim em dominar o mundo.
- Trump afirma que Brasil tem 'surto' de coronavírus e repete que poderá banir voos do país
Ecoados por algumas autoridades brasileiras - entre as quais o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) -, os questionamentos às atitudes de Pequim se tornaram um problema diplomático para o Brasil.
A Embaixada da China em Brasília rebateu as críticas de Weintraub e Eduardo, e coube ao presidente Jair Bolsonaro telefonar para o colega chinês, Xi Jinping, para tentar botar panos quentes.
Tempo para reportar casos
Parte das críticas à China se baseia no tempo que Pequim levou para compartilhar com o resto do mundo as informações iniciais sobre o surto.
Segundo a agência Associated Press, em 14 de janeiro, o dirigente de um órgão sanitário chinês disse ao governo central em Pequim que o vírus Sars-CoV-2 poderia ser transmitido entre humanos e que todas as localidades precisavam se preparar para uma epidemia.
Seis dias depois, no entanto, o governo da China afirmou publicamente que o vírus apresentava baixo risco para humanos.
Na época, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chancelou a avaliação de Pequim: em 23 de janeiro, o órgão disse que era "muito cedo para falar de uma emergência de saúde pública de alcance internacional".
Segundo um estudo da Universidade de Southhampton, no Reino Unido, se a China tivesse adotado suas medidas restritivas uma semana antes, o novo coronavírus teria infectado 66% pessoas a menos no mundo até o fim de fevereiro.
E se as medidas tivessem sido adotadas três semanas antes, os casos teriam sido reduzidos em 95%.
O mesmo estudo, porém, elogiou a abrangência das ações ordenadas por Pequim para conter o vírus, entre as quais a proibição de viagens, o isolamento de infectados, o fechamento de escolas e o cancelamento de eventos públicos.
Segundo os autores, caso as medidas tivessem sido adotadas uma semana depois, a pandemia teria atingido uma escala três vezes maior até o fim de fevereiro.
Censura
Críticos da resposta chinesa à covid-19 também citam a censura sofrida por pessoas que se manifestaram na cidade de Wuhan no início do surto.
Há forte controle estatal sobre as redes sociais na China, e o regime conduzido pelo Partido Comunista costuma reprimir críticas sobre temas políticos sensíveis, além de perseguir dissidentes.
Em dezembro, o oftalmologista Li Wenliang enviou uma mensagem a colegas alertando sobre um vírus com sintomas semelhantes ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e sugerindo que usassem roupas de proteção ao lidar com infectados.
Li foi orientado pelo Departamento de Segurança Pública a assinar uma carta em que era acusado de "fazer comentários falsos" que "perturbaram severamente a ordem social".
Posteriormente, Li adoeceu com covid-19, e autoridades locais lhe pediram desculpas pela reprimenda. Em fevereiro, o médico morreu, gerando uma onda de revolta entre internautas chineses.
Para o coletivo Chuang - grupo comunista crítico ao que considera o "capitalismo de Estado chinês" -, a resposta inicial de Pequim expôs suas incapacidades "a um número crescente de pessoas (chinesas) que anteriormente teriam aceitado a propaganda do governo sem questionamentos".
"As pessoas estão começando a ver que o Estado é formado por funcionários e burocratas desonestos que não têm ideia do que fazer ", disse o grupo em um artigo publicado em seu site.
Semanas antes da morte do médico, o prefeito de Wuhan, Zhou Xianwang, já havia renunciado ao admitir falhas na divulgação de informações iniciais sobre o vírus.
Segundo Zhuou, 5 milhões de pessoas deixaram Wuhan dias antes da imposição da quarentena, o que contribuiu para o espalhamento do vírus para outras partes da China e do mundo.
Postura oficial de Pequim
Apesar da admissão de falhas pelo prefeito de Wuhan, autoridades em Pequim têm negado que a China demorou a relatar o surto.
Nas entrevistas coletivas organizadas pelo Ministério das Relações Exteriores chinês, jornalistas estrangeiros que abordam o tema costumam receber uma resposta padrão.
"Nós reportamos os casos para a comunidade internacional, compartilhamos a sequência genômica do vírus e promovemos cooperação internacional para conter o vírus no prazo mais rápido possível", disse Geng Shuang, porta-voz do ministério, em resposta a um dos últimos questionamentos sobre o tema.
Outra crítica comum à China diz respeito à confiabilidade dos dados sobre mortos e infectados pela doença no país.
Até a segunda-feira (27/4), a China reportou cerca de 84 mil casos e 4,6 mil mortes pela doença, uma fração dos índices divulgados por outros países com população bem menor que a chinesa.
Na Itália, por exemplo, houve 200 mil casos e 27 mil mortes. Nos EUA, foram um milhão de casos e 60 mil óbitos.
A discrepância fez com que muitos questionassem se Pequim não estaria escondendo os dados reais para vender uma imagem de sucesso no combate à pandemia.
Na semana passada, um estudo publicado por pesquisadores de Hong Kong na revista científica Lancet estimou que o número de casos de covid-19 na China poderia ser quatro vezes maior que o divulgado.
Os autores analisaram as mudanças metodológicas na forma com que a China contabiliza as ocorrências e estipularam quantos casos teriam sido registrados se os critérios atuais tivessem sido adotados desde o início.
Em meio aos questionamentos, o governo chinês revisou seus dados em 17 de abril e elevou em 50% o número de mortes por covid-19 em Wuhan.
O governo atribuiu a mudança à demora em reportar casos ou a falhas para registrá-los, mas negou a intenção de esconder a dimensão do surto.
Especialistas apontam, porém, que há subnotificação de casos em vários outros países, ainda que ela não seja intencional.
No Brasil, por exemplo, um estudo feito em abril pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade de Brasília (UnB) estimou que, por causa da falta de testes, o total de brasileiros infectados poderia ser até 15 vezes maior que o anunciado.
Origem do vírus
Outras críticas que têm sido feitas à China têm menos respaldo científico. É o caso, por exemplo, da afirmação de que o novo coronavírus teria sido propositalmente criado no Instituto de Virologia de Wuhan.
O instituto estuda alguns tipos de coronavírus presentes em morcegos e fica a cerca de 14 km do mercado em Wuhan inicialmente apontado por autoridades chinesas como a origem do surto.
A hipótese, porém, é considerada improvável pela maioria dos cientistas que a avaliaram.
Em artigo publicado em fevereiro na Lancet, cientistas de vários países afirmaram que há sólidas evidências de que o vírus surgiu entre animais selvagens.
Em outro artigo, na revista Nature Medicine, pesquisadores disseram que o patógeno é 96% semelhante a um tipo de coronavírus presente em morcegos e bem diferente dos coronavírus conhecidos por afetar humanos.
Segundo os autores, caso tivesse sido criado em laboratório para infectar nossa espécie, o vírus teria sido construído com base nos coronavírus conhecidos por afetar humanos, e não morcegos.
Outras versões dizem que um pesquisador chinês teria se infectado no laboratório ao manusear um morcego, dando origem à propagação da doença entre humanos. Ou seja, o coronavírus teria ultrapassado os limites do laboratório como resultado de um acidente.
Essas teorias citam acidentes que teriam ocorrido no mesmo laboratório no passado. Em uma dessas ocorrências, citada pelo jornal Wuhan Evening News, um pesquisador teria se infectado ao manusear a urina de um morcego em 2012, tendo depois passado 14 dias em quarentena.
As teorias também citam relatórios diplomáticos obtidos pelo jornal The Washington Post. Segundo os relatórios, diplomatas americanos que visitaram o laboratório de Wuhan em 2018 se disseram preocupados com a segurança das instalações.
Virologistas consideram, no entanto, que é muito mais provável que a transmissão do vírus para humanos tenha ocorrido fora do laboratório.
Isso porque a população rural da região convive intensamente com animais selvagens por meio da caça e do comércio ilegal - e, diferentemente de pesquisadores em laboratório, não os manuseiam com equipamento de proteção.
Críticas de Trump
O discurso que culpa a China pela pandemia foi impulsionado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que chamou várias vezes o novo coronavírus de "vírus chinês".
Trump disse que seu governo investigaria a origem do surto e suspendeu os repasses financeiros dos EUA à OMS, acusando-a de falhar na resposta à pandemia e de ser favorável à China.
Em 1º de abril, a agência Bloomberg publicou que agentes de inteligência dos EUA entregaram à Casa Branca um relatório no qual afirmam que as estatísticas de covid-19 apresentadas por Pequim são falsas. O relatório não foi divulgado.
Já o governo chinês diz que, ao criticar Pequim, os EUA tentam desviar o foco de suas próprias falhas na resposta à pandemia.
A posição é compartilhada por vários analistas políticos americanos, para quem Trump tem acirrado seu discurso anti-China para viabilizar sua reeleição no fim do ano.
As críticas a Pequim, porém, têm extrapolado o campo político do presidente.
"Não sabemos a extensão da cumplicidade do governo chinês na difusão do vírus, e talvez nunca saibamos por causa de seus ocultamentos e controle da informação", disse Ed Markey, senador do Partido Democrata - que faz oposição a Trump - ao site Vox.
Provável rival de Trump na eleição de dezembro, o ex-vice-presidente Joe Biden, também do Partido Democrata, divulgou um comercial em que acusa o presidente de ter sido frouxo ao lidar com a China sobre a pandemia.
"Eu ligaria para a China e seria claro: 'Nós precisaremos estar no seu país. Vocês têm de ser abertos. Vocês precisam ser transparentes. Nós precisamos saber o que está acontecendo'", diz Biden no vídeo.
Outros políticos do partido, porém, têm adotado outra postura, dando menos ênfase a eventuais falhas da China e priorizando as críticas a Trump, lembrando que o presidente inicialmente minimizou a gravidade da doença.
Em entrevista recente à CNN, Bill Gates, um dos mais influentes empresários americanos, disse que não é hora de apontar eventuais erros dos chineses.
"A China fez muitas coisas certas no começo, assim como qualquer país onde um vírus surgisse primeiro. Eles poderão olhar para trás e dizer que algumas coisas faltaram", afirmou.
Segundo Gates, enfocar a responsabilidade da China agora dificultaria a busca de soluções para a crise, como o desenvolvimento de vacinas e tratamentos para a covid-19.
O discurso se assemelha ao de Jim O'Neil, presidente da Chatham House, influente centro de debates e pesquisas em Londres.
Em artigo recente, O'Neil escreveu que, para muitos governos, "culpar a China parece uma estratégia para tirar as atenções de sua própria falta de preparo".
"Em um momento em que a prioridade global deve ser organizar uma resposta coordenada abrangente às crises sanitária e econômica desencadeadas pelo coronavírus, esse jogo de culpa não é só improdutivo como perigoso", concluiu.
What is known about the main accusations against China in the pandemic
João Fellet - @joaofelletDa BBC News Brasil in São Paulo
Driven by right-wing politicians - and even some on the left - in the USA, the speech that blames the government of China for the outbreak of the new coronavirus pandemic has gained more and more followers in Brazil.
Among the most common criticisms, which find varying degrees of support among experts, are that it took China a long time to alert the rest of the world about the severity of covid-19 and that Beijing makes up its statistics about the disease.
The arguments are often mixed with conspiratorial claims rejected by scholars - such as that the Sars-CoV-2 coronavirus was created in the laboratory and would serve Beijing's interest in world domination.
Trump says Brazil has coronavirus 'outbreak' and says it could ban flights from the country
Echoed by some Brazilian authorities - including Education Minister Abraham Weintraub and federal deputy Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) - questions about Beijing's attitudes have become a diplomatic problem for Brazil.
The Chinese Embassy in Brasilia countered Weintraub and Eduardo's criticism, and it was up to President Jair Bolsonaro to call his Chinese colleague, Xi Jinping, to try to put on hot cloths.
Time to report cases
Part of the criticism of China is based on the time it took Beijing to share initial information about the outbreak with the rest of the world.
According to the Associated Press, on January 14, the head of a Chinese health agency told the central government in Beijing that the Sars-CoV-2 virus could be transmitted between humans and that all locations needed to prepare for an epidemic.
Six days later, however, the Chinese government has publicly stated that the virus poses a low risk to humans.
At the time, the World Health Organization (WHO) endorsed the Beijing assessment: on January 23, the agency said it was "too early to speak of a public health emergency of international scope".
According to a study by the University of Southhampton in the United Kingdom, if China had adopted its restrictive measures a week earlier, the new coronavirus would have infected 66% fewer people in the world by the end of February.
And if the measures had been taken three weeks earlier, the cases would have been reduced by 95%.
The same study, however, praised the scope of the actions ordered by Beijing to contain the virus, including the ban on travel, the isolation of infected people, the closing of schools and the cancellation of public events.
According to the authors, if the measures had been adopted a week later, the pandemic would have reached a scale three times greater by the end of February.
Censorship
Critics of the Chinese response to covid-19 also cite the censorship suffered by people who demonstrated in the city of Wuhan at the beginning of the outbreak.
There is strong state control over social media in China, and the regime led by the Communist Party tends to repress criticism on sensitive political issues, in addition to harassing dissidents.
In December, ophthalmologist Li Wenliang sent a message to colleagues warning about a virus with symptoms similar to Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS) and suggesting that they wear protective clothing when dealing with infected people.
Li was instructed by the Department of Public Security to sign a letter in which he was accused of "making false comments" that "severely disturbed the social order".
Li later fell ill with covid-19, and local authorities apologized for the reprimand. In February, the doctor died, generating a wave of revolt among Chinese Internet users.
For the Chuang collective - a communist group critical of what it considers "Chinese state capitalism" - Beijing's initial response exposed its disabilities "to an increasing number of (Chinese) people who previously would have accepted government propaganda without question".
"People are beginning to see that the state is made up of dishonest officials and bureaucrats who have no idea what to do," the group said in an article posted on its website.
Weeks before the doctor's death, the mayor of Wuhan, Zhou Xianwang, had already resigned by admitting flaws in the disclosure of initial information about the virus.
According to Zhuou, 5 million people left Wuhan days before the quarantine was imposed, which contributed to the spread of the virus to other parts of China and the world.
Beijing official stance
Despite the admission of failures by the mayor of Wuhan, officials in Beijing have denied that China was slow to report the outbreak.
In press conferences organized by the Chinese Ministry of Foreign Affairs, foreign journalists who address the topic usually receive a standard response.
"We report the cases to the international community, share the genome sequence of the virus and promote international cooperation to contain the virus as soon as possible," said ministry spokesman Geng Shuang in response.to one of the last questions on the topic.
Another common criticism of China concerns the reliability of data on people killed and infected by the disease in the country.
As of Monday (27/4), China had reported about 84,000 cases and 4,600 deaths from the disease, a fraction of the rates released by other countries with a much smaller population than the Chinese.
In Italy, for example, there were 200,000 cases and 27,000 deaths. In the USA, there were one million cases and 60,000 deaths.
The discrepancy caused many to question whether Beijing was hiding the real data to sell a successful image in fighting the pandemic.
Last week, a study published by Hong Kong researchers in the Lancet scientific journal estimated that the number of covid-19 cases in China could be four times higher than reported.
The authors analyzed the methodological changes in the way in which China accounts for occurrences and stipulated how many cases would have been recorded if the current criteria had been adopted from the beginning.
Amid questions, the Chinese government revised its data on April 17 and raised the number of covid-19 deaths in Wuhan by 50%.
The government attributed the change to the delay in reporting cases or failures to register them, but denied the intention to hide the scale of the outbreak.
Experts point out, however, that there is underreporting of cases in several other countries, even though it is not intentional.
In Brazil, for example, a study carried out in April by the University of São Paulo (USP) and the University of Brasília (UnB) estimated that, due to the lack of tests, the total number of infected Brazilians could be up to 15 times greater than the announced.
Origin of the virus
Other criticisms that have been made of China have less scientific support. This is the case, for example, with the claim that the new coronavirus was purposely created at the Wuhan Institute of Virology.
The institute studies some types of coronaviruses present in bats and is about 14 km from the market in Wuhan initially pointed out by Chinese authorities as the source of the outbreak.
The hypothesis, however, is considered unlikely by most scientists who evaluated it.
In an article published in Lancet in February, scientists from several countries said there was solid evidence that the virus appeared among wild animals.
In another article, in the journal Nature Medicine, researchers said the pathogen is 96% similar to a type of coronavirus present in bats and quite different from the coronavirus known to affect humans.
According to the authors, if it had been created in the laboratory to infect our species, the virus would have been built on the basis of coronaviruses known to affect humans, not bats.
Other versions say that a Chinese researcher would have become infected in the laboratory when handling a bat, giving rise to the spread of the disease among humans. That is, the coronavirus would have crossed the limits of the laboratory as a result of an accident.
These theories cite accidents that would have occurred in the same laboratory in the past. In one such occurrence, cited by the newspaper Wuhan Evening News, a researcher is said to have become infected when handling the urine of a bat in 2012, after which he spent 14 days in quarantine.
Theories also cite diplomatic reports obtained by The Washington Post. According to reports, American diplomats who visited Wuhan's laboratory in 2018 said they were concerned about the safety of the facilities.
Virologists believe, however, that transmission of the virus to humans is far more likely to have occurred outside the laboratory.
This is because the rural population of the region live intensely with wild animals through hunting and illegal trade - and, unlike researchers in the laboratory, they do not handle them with protective equipment.
Trump Reviews
The speech that blames China for the pandemic was spurred by U.S. President Donald Trump, who repeatedly called the new coronavirus a "Chinese virus".
Trump said his government would investigate the source of the outbreak and halted U.S. financial transfers to WHO, accusing it of failing to respond to the pandemic and being in favor of China.
On April 1, Bloomberg reported that US intelligence agents had handed over a report to the White House in which they said Beijing's covid-19 statistics were false. The report was not released.
The Chinese government says that, in criticizing Beijing, the United States tries to shift the focus from its own flaws in responding to the pandemic.
The position is shared by several American political analysts, for whom Trump has sharpened his anti-China speech to make his re-election possible at the end of the year.
Criticism of Beijing, however, has gone beyond the president's political field.
"We don't know the extent of the Chinese government's complicity in spreading the virus, and we may never know because of its concealment and information control information, "Ed Markey, a Democratic senator - who opposes Trump - told Vox.
Trump's likely rival in the December election, former Vice President Joe Biden, also from the Democratic Party, released a commercial in which he accused the president of being lax in dealing with China over the pandemic.
"I would call China and it would be clear, 'We will need to be in your country. You have to be open. You need to be transparent. We need to know what is going on,'" says Biden in the video.
Other party politicians, however, have taken a different stance, placing less emphasis on China's possible failures and prioritizing criticism of Trump, noting that the president initially downplayed the severity of the disease.
In a recent interview with CNN, Bill Gates, one of the most influential American entrepreneurs, said that it is not the time to point out any mistakes made by the Chinese.
"China did a lot of things right in the beginning, just like any country where a virus first emerged. They will be able to look back and say that some things were missing," he said.
According to Gates, focusing on China's responsibility would now make it difficult to find solutions to the crisis, such as the development of vaccines and treatments for covid-19.
The speech resembles that of Jim O'Neil, president of Chatham House, an influential center for debate and research in London.
In a recent article, O'Neil wrote that, for many governments, "blaming China seems like a strategy to take attention away from their own lack of preparedness".
"At a time when the global priority must be to organize a comprehensive coordinated response to the health and economic crises triggered by the coronavirus, this blame game is not only unproductive but dangerous," he concluded.
Source https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52466295
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